quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Conheça a importância da observação diária dos animais na fase de recria para redução de custos e de mortalidade

Dica prática: Conheça a importância da observação diária dos animais na fase de recria para redução de custos e de mortalidade
Publicado em 22/11/2010 por Isadora Durkes, graduanda em Medicina Veterinária.
A boa criação do animal jovem é o passo inicial para o sucesso da produção leiteira. Porém, muitas vezes, como são
animais que só geram custos, por não produzirem ainda, recebem menor atenção, dietas de pior qualidade e ou em quantidades inadequadas para seu desenvolvimento.
Todos os esforços relativos à criação, envolvendo manejo, cuidados sanitários, instalações e alimentação, devem ser seguidos de forma que o animal possa crescer saudável e expressar o máximo desempenho para produção leiteira que a sua genética permita.
As novilhas, geralmente, constituem um componente crítico na fazenda, pois pertencem a uma etapa de alto risco em função das altas taxas de morbidade e mortalidade que podem ocorrer. Para enfrentar adequadamente este cenário e ter não só um número suficiente de animais para reposição do rebanho, mas animais produtivos; é necessário estabelecer um bom programa de criação.
Monitoramento diário

Um dos primeiros passos é a observação diária dos animais. Saber diferenciar o comportamento natural de uma novilha, por exemplo, em seu lote do comportamento alterado é fundamental na detecção precoce de qualquer problema para que a intervenção tenha melhores resultados. Lembrando que o ambiente influencia diretamente na forma que os animais expressam seu comportamento, por isso não deve ser ignorado.

Principais enfermidades na recria

As principais enfermidades que ocorrem durante a cria e a recria são diarréias, pneumonias, tristeza parasitária e infecções umbilicais. Os prejuízos econômicos são elevados e vão além do tratamento com medicamentos e perdas com mortes dos animais, pois compreendem também gastos com mão de obra e baixo desempenho produtivo dos animais que se recuperam. As principais causas normalmente são as falhas na colostragem e o alto desafio ambiental.

Diarréias: são muito freqüentes em neonatos. A desidratação decorrente, se não resolvida, leva à morte.

Complexo tristeza parasitária: é uma das maiores causas de mortalidade em bezerros, principalmente no lote pós-desmama
Doenças respiratórias dos bezerros: As doenças respiratórias são muito freqüentes nas criações de bezerros, especialmente na faixa etária entre 6 e 8 semanas de idade. Podem variar de quadros crônicos até casos agudos e fatais.
Todas estas enfermidades, e outras também frequentes, apresentam sinais clínicos evidentes que facilitam o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento. Porém, se estes não forem identificados logo no inicio da doença a chance de mortalidade aumenta consideravelmente.
Para identificação precoce da doença é necessária não só a observação diária dos animais, mas que esta seja feita por
 uma pessoa qualificada e que consiga distinguir facilmente o comportamento normal de um comportamento anormal dos animais.
Atitudes do comportamento considerado como normal:

• Formação de grupos;


Formação de grupos

• Bom apetite;


Bom apetite

• Ruminação;
• Caminham, podendo até correr;


Caminham

• Ficam em alerta a qualquer barulho estranho (orelhas levantadas);


Alertas

• Mantém a cabeça erguida;

Cabeça erguida

• Estabelecimento de hierarquia;
• Pastejo;

Porém, novilhas que apresentam alguma doença, ou lesão que venha a comprometer seu comportamento natural, geralmente se apresentam:

• Separada das demais;


Separada das demais

• Cabeça baixa;


Cabeça baixa

• Orelhas baixas;


Orelhas baixas

• Pouco ou nenhum apetite;


Pouco ou nenhum apetite

• Andam muito pouco, ou no caso de lesões no casco podem mancar;
• Permanecem a maior tempo deitadas;
• Flanco “fundo”


Flanco fundo

• Apáticas;
• Pouca ou nenhuma ruminação;

É importante ser feita a abordagem dos animais dentro dos seus respectivos lotes:

Conclusão:
A fase de recria é considerada crítica, pois são vários os desafios pelos quais as bezerras passam: nascimento; manutenção de homeostase no novo ambiente extra-uterino; adaptação à nova forma de nutrição através da ingestão de leite; início do crescimento e desenvolvimento pós-natal; estabelecimento de imunidade; mudanças metabólicas, nutricionais e comportamentais para se tornar um ruminante efetivo.

Criar bezerras e novilhas diante de tantos desafios e garantir a expressão de todo o seu potencial genético requer uma boa interação entre nutrição, ambiente e saúde do animal, e depende de um bom programa de criação.Na verdade, elas representam o futuro do sistema, pois são a garantia de reposição e de continuidade do rebanho, além de serem resultados de cruzamentos que podem melhorar a qualidade genética do mesmo.

O produtor deve ter em mente que os custos com medidas preventivas são bem menores do que aqueles que se tem diante do estabelecimento de enfermidades. E que a observação diária dos animais permite a detecção precoce de enfermidades, impede que doenças evoluam para quadros mais graves e diminui as chances do animal ter sequelas ou vir a óbito.

Novilhas



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