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Olá Amigo Pecuarista,
Impacto econômico das parasitoses de bovinos
Utilizar um espaço como este para discorrer sobre o impacto econômico das parasitoses de bovinos é, de fato, uma grande oportunidade para discutir e disponibilizar dados e informações encontradas em estudos de circulação restrita à comunidade científica. O tema interessa a muita gente, e com razão.
A eficiência econômica é fundamental e será sempre um dos principais objetivos de qualquer atividade de produção, industrialização e comércio, além de ser um dever da administração pública.
Com relação às doenças parasitárias, acredita-se que não existem rebanhos comerciais brasileiros livres do problema; e esses rebanhos são responsáveis pela segunda maior produção de carne e a quinta maior, de leite, do mundo.
No Brasil, o mercado de produtos farmacêuticos veterinários possui um faturamento próximo de quatro bilhões de reais ao ano. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal – SINDAN, 25% desse valor corresponde à classe terapêutica dos antiparasitários e, 56%, a produtos destinados ao uso em ruminantes. Medicamentos e pesticidas dessa classe terapêutica são empregados em larga escala na pecuária bovina e representam uma fatia importante do mercado.
Diante disso, é possível imaginar que as perdas provocadas pela ação dos parasitos devem ser mais do que significativas.
A eficiência econômica é fundamental e será sempre um dos principais objetivos de qualquer atividade de produção, industrialização e comércio, além de ser um dever da administração pública.
Com relação às doenças parasitárias, acredita-se que não existem rebanhos comerciais brasileiros livres do problema; e esses rebanhos são responsáveis pela segunda maior produção de carne e a quinta maior, de leite, do mundo.
No Brasil, o mercado de produtos farmacêuticos veterinários possui um faturamento próximo de quatro bilhões de reais ao ano. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal – SINDAN, 25% desse valor corresponde à classe terapêutica dos antiparasitários e, 56%, a produtos destinados ao uso em ruminantes. Medicamentos e pesticidas dessa classe terapêutica são empregados em larga escala na pecuária bovina e representam uma fatia importante do mercado.
Diante disso, é possível imaginar que as perdas provocadas pela ação dos parasitos devem ser mais do que significativas.
Antes de se discutir a forma e a dimensão de como isso ocorre, é preciso diferenciar os termos “impacto econômico” de “prejuízo financeiro”, pois são comumente aplicados como se tivessem o mesmo significado.
O fato de uma enfermidade promover perdas financeiras não garante que a adoção de medidas e aplicação de recursos para seu combate terá como conseqüência a recuperação total ou parcial do prejuízo estimado. Por exemplo, se o valor a ser investido em campanhas, treinamentos, equipamentos ou que mais for necessário para se atingir um determinado objetivo, for igual ao valor das perdas, o leitor deverá concordar que não será obtido retorno financeiro algum.
Embora as avaliações de prejuízos financeiros constituam etapa inicial das avaliações de impacto econômico, são consideradas insuficientes para orientar tomadas de decisão por parte da administração pública, pois não quantificam o retorno potencial da adoção de medidas e alocação de recursos. Para esse fim, as avaliações de impacto econômico são consideradas a alternativa mais adequada, pois são estudos mais amplos e consideram, entre outras questões, também os aspectos não financeiros das relações de custo-benefício e o retorno para toda a sociedade, não apenas para os setores diretamente envolvidos.
Para a realização de trabalhos dessa natureza é reconhecida a necessidade de uma equipe multidisciplinar, com participação de especialistas em Parasitologia Veterinária, Epidemiologia e Economia.
Não existem avaliações de impacto econômico das parasitoses de bovinos realizadas no Brasil. Existem diversos estudos que consideram aspectos econômicos e financeiros, mas não de impacto econômico.
Bem... E isso quer dizer que os estudos disponíveis atualmente não servem para nada?
Obviamente que não. Isso quer dizer que algumas pessoas e instituições estão utilizando as ferramentas que dispõem e se esforçando para sensibilizar a sociedade e a administração pública de que é preciso fazer algo a respeito do assunto. Uma questão dessa magnitude, que movimenta tanto recurso e que tem sérias implicações para a sociedade, merece atenção do poder público.
Todos os países ditos desenvolvidos e muitos daqueles classificados como subdesenvolvidos, emergentes ou qualquer outra classificação que se deseje utilizar, afetados pelo problema, criaram políticas públicas e/ou regulamentaram atividades relacionadas.
Por exemplo, o programa de eliminação do carrapato dos bovinos realizado nos Estados Unidos, teve início em 1906, apenas 13 anos depois da comprovação da transmissão de agentes da “Tristeza Parasitária” pelo carrapato. Na época, o principal argumento de convencimento utilizado, foi de que seria obtido grande benefício econômico com o sucesso da campanha. Em 1943, 99% de todo o território foi considerado livre. A relação custo-benefício calculada foi de 1/140, ou seja, 140 dólares de retorno para cada dólar de capital investido.
O fato histórico citado não permite concluir que o Brasil deve adotar as mesmas medidas utilizadas pelos Estados Unidos. Muito possivelmente, a forma de condução mais adequada para a realidade brasileira será outra, já que as condições enfrentadas são muito diferentes. Entretanto, essa e as demais experiências observadas em vários países até os dias de hoje, além das informações técnicas e científicas disponíveis, indicam claramente que aqui, grandes quantias em prejuízos estão sendo incorporadas de forma deliberada. O produtor faz o que pode, como pode.
As perdas ocorrem das mais diversas formas, todas em conseqüência de espoliação, lesões, dor, contato com toxinas e transmissão de doenças, provocadas pela ação parasitária. Isso se traduz em perda de energia, reações de defesa do organismo, perda de apetite, prostração e, nos casos extremos, mortalidade.
É importante abrir um parêntese e ressaltar que, por convenção, são classificados como parasitos apenas os vermes, artrópodes e protozoários que estabelecem esse tipo de relação ecológica.
Continuando... Além das mortes e dos gastos com tratamentos, que são facilmente observados, as parasitoses impõem perdas difíceis de serem percebidas. São as perdas potenciais ou prováveis prejuízos, que de prováveis não tem muita coisa. A redução do desempenho produtivo dos animais é certa, mas não é fácil considerar aquilo que se deixa de ganhar.
Estudos demonstram que vacas que não recebem vermífugo no período do pré-parto podem deixar de produzir até 1 litro de leite por dia durante toda a lactação. Durante um ano, a ação de carrapatos provoca, em média, redução de 90,24 litros de leite por vaca em lactação em Minas Gerais. A presença de 20 a 40 bernes em um animal provoca a perda de 9 a 14% de peso vivo e, se as perfurações forem localizadas em área nobre, também a perda do valor comercial do couro. Ainda não existem estimativas do impacto na atividade reprodutiva.
Afora tudo o que já foi citado, ainda é preciso considerar a questão como determinante do bem estar animal e da qualidade do produto final, sendo, portanto, um aspecto prioritário relativo às boas práticas agropecuárias. A presença de resíduos de pesticidas e medicamentos nos produtos de origem animal, e no ambiente, representa risco à saúde pública e ao ecossistema. A demanda do mercado consumidor por produtos livres de resíduos e contaminantes é uma tendência mundial e tem sido responsável pelo estabelecimento de barreiras sanitárias, com reflexos em toda a cadeia produtiva.
O mais recente estudo, sobre os potenciais prejuízos financeiros no Brasil, chegou ao valor de quase 14 bilhões de dólares em um ano, o que significa aproximadamente 10% do PIB de toda atividade pecuária. No levantamento, foram consideradas apenas seis das principais parasitoses e quatro formas de perda, a saber: redução dos índices de ganho de peso e de produção de leite; depreciação do couro, apenas para o berne, e mortalidade de bezerros, apenas por bicheira de umbigo (Tabela 1.). Ou seja, o valor obtido pode ser considerado, no mínimo, subestimado. Certamente, o Brasil é um dos países mais atingidos do mundo (Figura 1.). O que ainda será preciso para que a questão, aqui, seja abordada de forma institucional?
Difícil responder a essa pergunta. As informações estão aí, disponíveis para quem se interessar.
Esperamos que esta análise tenha proporcionado ao leitor uma noção inicial da dimensão do problema e da importância de se minimizar seu impacto econômico. Quem sabe, com isso, possamos envolver um maior número de pessoas e contribuir para a construção de uma discussão mais ampla sobre assunto.
Por hora, ficamos por aqui. Nos próximos artigos serão abordados outros temas importantes, relacionados às parasitoses em rebanhos leiteiros, dentre os quais: Carrapato dos bovinos: o passo a passo do controle estratégico; Mortalidade de bezerros por “Tristeza Parasitária”, como evitar; Princípios básicos do manejo da resistência aos medicamentos e pesticidas; Destinação de resíduos sólidos e o controle de moscas, entre outros. Gostaríamos de agradecer as instituições que dão suporte ao nosso trabalho: FAPEMIG, CNPq e INCT Pecuária. Até breve!
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