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Como surgiu a vaca leiteira
Vidal Pedroso de Faria
Estudos recentes compararam o DNA de ossos de vacas de aproximadamente 8 mil anos atrás com o de vacas leiteiras de 20 raças modernas, e chegaram à conclusão de que o desenvolvimento de todos os animais que hoje são utilizados se deu a partir de um rebanho de somente 80 cabeças domesticadas há cerca de 10 mil anos.
As evidências arqueológicas indicam que a domesticação ocorreu no Oriente Médio, mas como as descobertas são incompletas, não se sabe ao certo se este foi o único esforço de domesticação empreendido pelo homem. Se a suposição de rebanho único for verdadeira, indica que domesticar os ancestrais dos bovinos modernos não foi uma tarefa muito fácil, considerando que os ancestrais selvagens encontrados na época, denominados Aurochs, eram numerosos e se localizavam na Ásia, África e Europa.
Por meio de estudos arqueológicos, se sabe que os animais primitivos eram de porte muito grande, com chifres potentes, e com certeza apresentavam temperamento bravio e, por isso, a captura, o amansamento e manejo devem ter sido muito difíceis. Acredita-se que a probabilidade de a evolução ter se dado a partir de um pequeno rebanho seria também devido ao fato de que os indícios arqueológicos da domesticação dos bovinos ocorreram em uma área bastante restrita, compatível com o fato de que somente uma pequena parcela da população do homem primitivo tinha na época hábitos sedentários, iniciando, então, o estabelecimento da agricultura e criação de animais domésticos.
Por meio de descobertas arqueológicas, se admite que centenas de anos foram necessários para que o homem conseguisse, por meio de seleção e acasalamentos, obter um animal menor e mais dócil na presença do homem. As evidências dos primeiros bovinos domesticados encontrados na Europa indicaram que os animais já eram menores, com chifres curtos, indicando melhores condições para a convivência com os humanos.
Admite-se também que o homem primitivo usava os machos para tração e transporte, e as fêmeas, para produção de leite, quando existia excedentes depois da mamada do bezerro. Com toda certeza, as vacas mais produtivas eram valorizadas por sua produção de alimento para a família dos agricultores de épocas remotas. O homem primitivo não criava bovinos com o objetivo de produção de carne, como acontece até hoje em populações de pastores da África e da Ásia, existindo a crença de que a criação para abate seja uma atividade mais recente na história da humanidade.
As vacas especializadas para a produção de leite provavelmente começaram a ser selecionadas para produção e temperamento dócil na era Neolítica, de acordo com evidências arqueológicas encontradas na Europa, indicando a convivência permanente do homem com bovinos. Entretanto, somente a partir de 1750 teve início, na Inglaterra, um trabalho metódico de melhoramento dos animais domésticos, por meio de seleção, consanguinidade e descarte de animais inapropriados.
Desde então, se considerou importante a coleta sistemática de dados sobre produção de leite, reprodução e características morfológicas. Em 1895, foi introduzida na Dinamarca a primeira associação de registro de dados zootécnicos, com o objetivo de promover o melhoramento do gado leiteiro. Esses registros possibilitaram a identificação de reprodutores superiores, mas somente a partir de 1940, com a ampliação do uso da inseminação artificial, foi possível estabelecer programas realmente efetivos de teste de progênie e descoberta de reprodutores provados de elevado mérito genético para a produção de leite.
Da domesticação até o início da revolução industrial, o leite não era produzido com objetivos de venda. O consumo se restringia à família do agricultor e os excedentes eram transformados em queijo e manteiga, que serviam de reserva de alimentos para os períodos rigorosos do inverno no Hemisfério Norte. Com a rápida urbanização no final do século XVIII, surgiu a demanda de leite para os habitantes das cidades, e a produção passou a ser também vendida, como mostram relatos históricos.
Os laticínios surgiram no meio do século XIX, quando foram também iniciados os processos de refrigeração e concentração de leite para colocação em recipientes esterilizados. A partir deste ponto, as fazendas leiteiras passaram a procurar vacas cada vez mais produtivas e teve início a profissionalização da produção de leite para venda nas grandes cidades.
Graças à coragem e determinação do homem primitivo no esforço para domesticação, ao bom senso e ao trabalho sistemático de seleção pelos agricultores durante séculos de convivência com a vaca nas margens férteis dos rios, ofertando assim pastos de melhor qualidade para animais mais produtivos, à força do mercado e ao conhecimento científico aplicado ao melhoramento genético, são encontradas hoje matrizes altamente especializadas para a produção de leite.
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