Olá Amigo(a),
Amadorismo na Produção de Leite
Vidal Pedroso de Faria
Certa vez um criador de suínos decidiu investir também na produção de leiteira, pois sua atividade enfrentava mais uma crise de preços. Além disso, dispunha de esterco para ser utilizado como adubo e os valores pagos pelo leite estavam em alta, com perspectivas de manutenção em patamares elevados.
Era o tempo em que ocorreu valorização no mercado internacional de lácteos por conta de problemas climáticos nas principais regiões exportadoras e da entrada de países do leste europeu na Comunidade Econômica Européia, o que provocou redução nas exportações da região e elevação de consumo na Rússia, gerando elevação da demanda, acrescido da maior procura de lácteos por parte da China.
Para reforçar ainda mais o quadro favorável, ocorria também falta de leite no mercado interno. A situação de euforia era de tal magnitude que pessoas de destaque no setor leiteiro chegaram a afirmar que os preços do leite não voltariam jamais aos antigos patamares.
Foi neste clima favorável que o suinocultor resolveu entrar na nova atividade com o objetivo de criar uma alternativa favorável para seu negócio. Construiu estábulo, sala de ordenha, plantou pastos, semeou milho para silagem, comprou maquinas agrícolas e pagou caro por 15 novilhas leiteiras prenhas de boa procedência para experimentar a viabilidade da atividade.
Iniciaria a atividade em escala pequena, considerando a fama generalizada de negócio duvidoso e da necessidade de um período de aprendizagem para a nova empreitada. Apesar da cautela, existia certa euforia com o nascimento das primeiras bezerras e pelo fato de que a vaca é um animal mais ‘simpático'' que a porca. Havia notado que a rotina diária da produção de leite é estimulante para o principiante que passa a se interessar pela produção diária de cada animal, pelo acompanhamento da rotina de ordenha, pela detecção de cio, pelo nascimento das bezerras e colocação de nome nos recém nascidos.
Em nenhum momento de suas explicações fez menção de que o investimento realizado para a experiência com a produção de leite era desproporcional à expectativa de receita com uma possível produção máxima de 370/400 litros diários, que a quantidade iria declinar naturalmente com o passar do tempo porque todas as novilhas iriam parir num período de dois meses e que haveria uma época em que as despesas operacionais não seriam cobertas pela produção. Estava claro que não houve planejamento da atividade e que não existia conhecimento do comportamento da produção de leite durante o período de lactação.
Em casos como os citados, a decepção aparece quando a produção for reduzida. É quando o encantamento desaparece quase por completo. Terminada a exposição de seus planos foi apresentada ao aprendiz de produtor de leite a proposta de compra de 15 leitoas para se iniciar uma criação experimental de suínos. Houve, então, uma resposta pronta e bem fundamentada: não era possível se estabelecer uma atividade em escala pequena, sem planejamento ou assistência técnica porque era complexa e exigia a observância de protocolos bem conhecidos.
Enfim, o suinocultor desaconselhou o produtor de leite a iniciar a criação sem elaborar um estudo de viabilidade econômica e, se não fosse capaz, encomendar a quem tivesse conhecimento. Enfim, deixou claro que não seria prudente se aventurar na suinocultura sem conhecimento de caso.
Quando questionado porque o esquema sugerido não foi realizado antes da decisão de estabelecimento da leiteria, a resposta foi que, na atividade leiteira, não existem procedimentos padronizados, que tinha visitado inúmeras fazendas, cada uma com um conceito diferente e que formou uma boa idéia que possibilitou que ele mesmo fizesse adaptações para sua propriedade. Teve cuidado de contratar um individuo com bastante experiência com vacas leiteiras para estabelecer o manejo da fazenda de leite e esperava que assim tivesse sucesso na nova empreitada.
Com relação ao estudo de viabilidade econômica não via necessidade desde que se tratava de uma atividade exploratória, para futuras tomadas de decisão. Não disse, mas estava implícito que para ele o profissionalismo exigido para a exploração de suínos não era necessário para a produção de leite. Em outras palavras, no setor leiteiro as coisas são mais simples e podem ser tocadas na base do ‘eu acho''.
A falta de profissionalismo na atividade leiteira pode ser facilmente detectada no meio rural onde ainda prevalece a concepção de que tirar leite é fácil bastando para tanto ter vacas na propriedade. Esta postura é encontrada em fazendas grandes, pequenas, ricas ou pobres que não usam tecnologia de maneira apropriada. Aplicar tecnologia significa empregar conceitos científicos sedimentados e gerenciamento racional da fazenda. Se assim for encarada, a produção de leite não será diferente de qualquer outra atividade do agronegócio.
Vidal Pedroso de Faria é professor da Esalq-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz-USP.
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